19.8.09

O SOM DO CORAÇÃO


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Dói só de pensar...
... ter meu amado longe de mim.
E ter de respeitar dias certos pra poder vê-lo, porque a vida quis assim... ele longe de mim.


A Re e o GAb (sim, bem íntimo, porque desde então são meus amados amigos) têm uma história linda. E nessa história, literalmente, a música os uniu. Estudaram música juntos. E no compasso dela, os corações marcaram passo na mesma direção. Os mesmos sonhos, os mesmos gostos, as mesmas alegrias, e aquela vontade de ficar grudadinho até o dia amanhecer.




Mas aí, o Gab de Florianópolis. E a Re aqui no Rio. A saudade apertando a cada "até breve".




Quando foram no meu studio, estavam nervosos, ansiosos... como se o dia de se casarem fosse no dia seguinte. Mas faltava quase um ano. E como sempre observo os noivinhos, comentei com eles sobre o Gabriel-Coala. Esse menino-homem fofo só ficava coladinho da Re. E beijava, falava no ouvido. Ali, na minha frente namorando o tempo todo. Falavam baixinho entre sorrisos e olhares apaixonados. A máquina fotográfica em casa e perdendo aqueles momentos lindos. Tudo bem... guardei no coração. :) Porque eu sabia que ia vê-los mais vezes pra poder registrar esses momentos gostosos dos dois.






Acompanhei cada segundo de lá até o grande dia (e depois tb!). Quando a Re me mandou a foto da prova do vestido... chorei. E era assim... ora ela falava comigo e depois sumia. Sumia porque estava em Floripa cuidando do seu novo lar. Cuidando de quem amava, cuidando do seu futuro.


Quando ela me falou do seu recital, eu fui ver. Conheci seus amigos, escutei sua música e fiquei pensando em como o Gab gostaria de estar ali. Depois do recital, sempre que o Gab estava no Rio, arrumávamos um jeito de nos encontrar. E eles sempre ali agarradinhos, se olhando apaixonadamente e sussurrando palavras de amor. A primeira vez que comentei sobre o jeitinho coala dele ser, ele me respondeu que tinha de aproveitar cada segundo pra beijá-la, abraçá-la... porque eles ficavam longe um do outro mais do que queriam.


No hotel, onde a Re era produzida pela Morgana, chegaram rosas, chocolates, champagne e várias ligações. Ele parecia presente ali no quarto. A a noiva flutuava. Nada fazia desmanchar aquele sorriso radiante e doce de seu rosto.








E então, a hora chegou. A Igreja S. José estava lotada. A orquestra ensaiava. A Andréa tomava conta de tudo. Gabriel ensaiava não chorar. Não deu certo... porque quando a fanfarra anunciou a entrada da noiva... ele apenas abriu os lábios e... chorou. Com muita elegância, mas chorou... Eu e várias pessoas acompanharam sua emoção.





















Sorriam. Como se nada no mundo importasse mais. A Re suspirava longamente. O Gab se segurava pra não chorar.

"Porque foste na vida a última esperança. Encontrar-te me fez criança. Porque já eras meu sem eu saber sequer. Porque és o meu homem e eu tua mulher. Porque tu me chegaste sem me dizer que vinhas. E tuas mãos foram minhas com calma. Porque foste em minh'alma como um amanhecer. Porque foste o que tinha de ser" (Vínicius de Moraes)...

Dito pelo Frei que celebrou a cerimônia.



















Na festa, que foi animadíssima e cheia de energia, com o Ronald da União da Ilha botando pra quebrar com sua bateria.








Brinde e beijo. Dança e aconchego. Abraço e carinho. Abraço de novo. Foi assim a festa inteira. Coladinhos se olhavam, se tocavam, acarinhavam...










... tornando cada instante uma eternidade. Não queriam perder nada... atentos à tudo, à todos e juntinhos. Assim como diz a música que eles escolheram pra primeira dança de casados:

"Não quero perder um sorriso
Não quero perder um beijo
Eu só quero ficar com você Bem aqui com você, apenas assim
Eu só quero te abraçar forte

Sentir seu coração tão perto do meu

E só ficar aqui neste momento

Por todo o resto dos tempos
"
(Aerosmith -I Don't Wanna Miss A Thing)


Eterno.

Quantas vezes na nossa vida desacreditamos na felicidade. No verdadeiro amor. Mas aí, de algum modo, casais como a Re e o Gab me procuram e fico com a responsabilidade de tornar as imagens de seu casamento eternas. Em cada olhar, em cada gesto, em cada abraço e beijo trazem meses de saudade, de carinho, de paixão. E o amor que até então era só deles... contagia quem está por perto. E por várias horas temos a certeza que existe felicidade à dois.

Felicidade.

Felicidade pra Re e Gab é ter apenas uma música pra tocar embalando o sono deles: o som do coração. Tantos meses sem poder se ouvir. E agora tão perto.


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