Um casamento ao ar livre...
Muito verde, ar fresco, uma decoração desejada, o cenário perfeito!
Sábado passado, há três dias, cheguei no Garden por volta das 14h para registrar todos os momentos de um dia muito sonhado pela Bruna, seu noivo, e seus familiares. O clima estava super agradável, com um calorzinho bem gostoso e uma brisa suave. Bruna estava radiante! Sua alegria era compartilhada por sua mãe e irmã. Um clima gostoso, sereno... quase hipnotizante.
Brincávamos, contávamos histórias, e tudo que preocupava a Bruninha era: "Ai... só não pode chover!". Ela escolheu ficar no chalé só pra ficar pertinho vendo seu salão ser decorado e o local da cerimônia montado. Toda hora ia na janela conferir!
Toda a família participava de longe... o pai a paparicava mandado torpedos carinhosos.
Sua avó pediu pra ela usar o colar de pérolas com os brincos, pois foi presente de seu avô falecido. Mas... como não combinava com o vestido e acessórios, combinamos de fotografá-la com esses mimos para deixar registrado que ela os usou. Depois ela tirou. Sabe... eu amei!
Com a Bruna pronta, rumamos para as fotos. Os cinegrafistas queriam levá-la pro piano, mas algo me dizia pra levá-la pro local da cerimônia. Afinal, ela queria e sonhava casar ali. Estava quase tudo pronto. Faltava pouca coisa.
Durante as fotos a brisa suave foi ficando fria e molhada... Estávamos debaixo da choupana, onde seria o altar. Seria... E sem as nuvens ficarem negras, ou relâmpagos riscarem o céu, a chuva começou a cair em grandes proporções. E pra nós, ali, longe do caos da cidade, seria uma chuvinha de verão. Mas ela não cessava... só aumentava. E ficamos presos na choupana. Tudo alagado, as horas passando e sem ter como sair dali. Veio o carrinho, mas ele estava encharcado.
Mais adiante, víamos o salão da recepção. Já tinha sido decorado, iluminado, mas, por conta da chuva atípica, tiveram de desmontar tudo e remontar mais tarde.
Bruna foi resgatada de carro fechado pela cerimonialista. Eu, minha segunda fotógrafa e os cinegrafistas conseguimos pegar uma carona no "carrinho de golfe" um pouco mais tarde. A chuva já tinha inundado a choupana e quase tivemos nossos equipamentos molhados. Foi tenso!
Ainda faltavam 2 horas pro início da cerimônia, e a esperança de que a chuva cessasse continuava. Na "casa da noiva" Bruna ficava cada vez mais nervosa. Quando cheguei lá, fiquei com ela e abrimos um prosecco pra relaxar. E... continuei a fazer mais fotos pra relaxar!
Sua irmã, que tinha ficado ilhada no chalé, veio fazer companhia e dar carinho.
Como qualquer noiva, a preocupação era se os convidados conseguiriam chegar, se a chuva iria atrapalhar mais do que já tinha atrapalhado, afinal, ela não iria mais casar ao ar livre, como sonhou. Realmente, havia um atraso na chegada dos convidados. Aí, não me aguentei e desci pro local cerimônia que tinha sido remontado dentro de uma das choupanas. E fui surpreendida pelo grande número de pessoas que tinha conseguido chegar! Todos apreensivos, com notícias de alagamentos, trânsito parado, relatos do caos do Rio de Janeiro perante essa chuva que valeu pelo mês inteiro de março. A mãe da Bruna, que estava quase chorando por achar que o casamento estaria destruído, já mostrava alegria e via que tudo ficaria bem!
Duas horas e meia depois do programado, a cerimônia começou. A chuva não tinha cessado, mas os transtornos haviam sido contornados. Então, a chuva, o trânsito e todo o caos que os convidados passaram pra chegar ali ficaram pra trás. E as lágrimas que a Bruna segurou o dia inteiro, vieram pela cerimônia inteira! Ela não esperava ver tanta gente ali depois de todas as notícias ruins que chegavam. Foi lindo, emocionante e inesquecível!
Eu só quero estar lá
Quando formos capturados na chuva
Eu só quero ver você rir e não chorar
Eu apenas quero que você sinta
Quando a noite nos coloca sobre o seu manto
Eu me perdi nas palavras, não me diga
Porque tudo o que posso dizer é que
Eu te amarei até o fim
Quando formos capturados na chuva
Eu só quero ver você rir e não chorar
Eu apenas quero que você sinta
Quando a noite nos coloca sobre o seu manto
Eu me perdi nas palavras, não me diga
Porque tudo o que posso dizer é que
Eu te amarei até o fim
( Love You 'Till The End - The Pogues)
Todo e qualquer casamento que já fotografei ou participei... todos eles... sempre tem algo que o torna não tão perfeito como foi planejado. Atrasos, chuva, calor demais, algum item decepcionante, algo fora do lugar, ou uma pessoa importante que não pôde estar presente. Neste sábado chuvoso, durante a cerimônia, por 45 minutos ninguém percebeu que a chuva continuava torrencialmente. Não importava mais. Só importava o motivo de estarem ali.
Houve um instante muito tenso antes da cerimônia, que a Bruna ia desabar, pois viu que não ia conseguir realizar a cerimônia ao ar livre. Disse a ela: Que importa ser ao ar livre, debaixo d´água, num salão, ou numa choupana? Importa que ele está lá. Esperando vc. E ele quando me viu, só queria saber: A Bruna tá bem?
Aí, ela se empolgou e comecei a descrever todas as frases dele, os olhares, nervosismo... a vontade dele de estar lá, protegendo-a, acalmando-a. E me veio a letra dessa música que escolhi pro post:
Quando estiver completamente sozinha
Eu apenas quero pegar você se eu puder
Gostaria apenas de estar lá
Eu apenas quero pegar você se eu puder
Gostaria apenas de estar lá
...
Eu sei que você quer me ouvir
Pegar a minha respiração, pois
Eu te amarei até o fim
Pegar a minha respiração, pois
Eu te amarei até o fim
( Love You 'Till The End - The Pogues)